terça-feira, 1 de dezembro de 2015

A Evolução da Arte

           A Arte  está presente na humanidade desde o homem primitivo, porém seu estilo, sua função social e o reconhecimento que o artista recebe da sociedade em geral, foram se transformando ao longo da história. Sabemos que a arte para o homem primitivo, nas sociedades antigas e nada Idade Média, exercia função diferente daquelas que entendemos por arte hoje.
     O artista das sociedades antigas era um trabalhador braçal que não tinha reconhecimento social, o artista da Idade Média tinha a função de transmitir uma mensagem em sua obra, também não era reconhecido socialmente e sua arte não precisava ser rica em detalhes, mas revelar Deus. E essa revelação ser entendida por quem a contemplasse.
             A sociedade continua evoluindo, alguns artistas começam a ter fama e foco da arte, que era Deus, passa aos poucos a ser o homem e a natureza, surgem novas técnicas, novos materiais e o desejo de ser belo, além de belo, de ser fiel à natureza ali representada.
          Mas, você já parou pra pensar sobre o que acontece com a arte do retrato quando surge a máquina fotográfica?
           O que acontece com a pintura quando ela já explorou ao máximo toda a riqueza de detalhes e imitação perfeita da realidade?
             E o que acontece com a Arte nos nossos dias?
          O que acontece com a música de uma sociedade quando ela já esgotou todas as possibilidades de uma sistema musical?
           A monofonia evoluiu para a polifonia, os modos evoluíram para o Sistema Tonal, e depois do Sistema Tonal?
        Nas imagens abaixo vamos observar como os artistas se empenharam para reproduzir nos quadros retratos fiéis da realidade que observavam.


Albrecht Dürer, Ervas, estudos em aquarela, obra datada de 1502 em Viena, Albertina. 

Georg Gisze Holbein. Um mercador alemão em Londres,1532.

               Na imagens a abaixo vemos como o artista já começa a dar asas a sua imaginação sem se preocupar em fazer um registro fiel, ou seguir padrões pré estabelecidos. 


Willian Blake. O ancião dos dias. Caleogravura, com aquarela. 1794.


Jhon Constable. Estudo de troncos de árvores. Esboço a óleo, cerca de 1821.


Paul Cézanne. cenário Rochoso de Provença, 1886.

                Embora a obra acima possa parecer simples borrões, ela representa o estudo e a busca artista por novos padrões e efeitos na pintura. Cézanne é considerado o pai da "arte moderna".

                             Kandinsky: Esboço para a Composição IV (Batalha). 1910. Londres, Tale Gallery


Marino Marine. Cavaleiro. 1947.

                        Como podemos observar a arte, sua forma e seus conceitos foram se transformando ao longo do tempo, podemos dizer que a arte evolui a medida que o homem evoluiu. E as grandes mudanças surgiram como um protesto ou uma busca pelo Novo.

Agora um pouco de música


                                              https://www.youtube.com/watch?v=6z6oXMOYGoM


             Assim como nas outras artes a Música também passou por transformações em busca de novos padrões, de novas formas de fazer música, de novos sons?
        Essas buscas muitas vezes são tão "estranhas" aos padrões que estamos acostumados que chegamos a questionar.. mas isso é arte? Isso é música?  Para levantar nosso questionamento deixamos mais algumas obras...




sábado, 21 de novembro de 2015

Ars Antiqua - Ars Nova e o Renascimento

        Em sua origem, a música era considerada uma atividade muscular, uma vez que o ser humano utilizava de sua voz para sobreviver. A partir do desenvolvimento humano e da sociedade como um todo, a música foi sendo transferida por imitação e mais tarde pelo ensino.
        Nas civilizações antigas, a música constitui sabedoria. Filósofos da Antiguidade diziam que há na música uma representação da harmonia universal.

Com o passar dos séculos, a música perde o lugar privilegiado na cultura dos povos e sua função social acaba ficando de lado; há uma depreciação do auditivo, dando enfase à visão (desenhos, quadros, gestos).

                                ANTIGUIDADE



      As primeiras civilizações musicais provavelmente foram as da Mesopotâmia, Egito e China. A imagem ao lado refere-se a um harpista babilônico, aproximadamente 2000 a. C. A música neste período desempenhava um forte papel em ritos solenes, não havia notação musical, os instrumentos eram feitos a partir de ossos e tripas de animais. A função social da música era extremamente importante, símbolo de poder e respeito, estando presente não só nos rituais religiosos e festivos, mas também no militar.
Na Grécia antiga, a música é fortemente ligada à instituição dos grandes jogos artísticos em Delfos, Esparta e mais tarde em Atenas, eram milhares de pessoas que se dispunham em arquibancadas para assistir a torneios poéticos-musicais.
Platão e Aristóteles, filósofos, atribuem à música um valor educativo, onde a música é capaz de exaltar na alma virtudes cidadãs, como a solidariedade e o amor à pátria.



                                IDADE MÉDIA



             Embora a música estivesse sempre presente em festividades e outras celebrações, ela acabava sendo mais expressa em rituais religiosos e com o passar dos anos, isso foi ganhando mais força com o nascimento do cristianismo.

Roma sofreu influencia da Grécia em vários sentidos. Os romanos utilizavam a música na guerra para sinalizar ações dos soldados e tropas e também para cantar hinos quando haviam vitórias conquistadas; a música possuía papel fundamental na religião.


     Na Idade Média a igreja tinha forte influência sobre os costumes e cultura do povo, a música tocada era basicamente religiosa, portanto um predomínio do canto gregoriano e do cantochão. Ao lado, imagem de uma partitura utilizada pelos monges. Paralelo a igreja, havia outra música acontecendo, a profana, cantada pelos trovadores e menestréis.

A arte praticada entre os séculos X a XIII, era chamada de Ars Antiqua. Neste mesmo período Guido D'arezzo, ligado à igreja desenvolve uma nova notação musical. A música executada nos reinos da Suíça, França e Itália, nos séculos X e XI, começa com uma polifonia simples, ou seja, nota contra nota.
No século XII, na catedral de Notre Dame, surge o estilo Organum Duplo, que significa a inserção de uma seção polifônica (várias vozes) dentro de um cantochão, prolongando uma nota, permitindo a voz mais aguda cantar contra ela frases de comprimento variável. Este estilo marcou o início da polifonia.
Já no século XIII, os músicos do convento Saint Martial de Limoges, na França, estudam como dar movimento rítmico às vozes.


             Voltando um pouco na música profana, aquele feita fora dos monastérios...


            Como já mencionado, a igreja exercia forte influencia sobre todos na Idade Média, a música que acontecia paralela aos conventos e mosteiros era rotulada de profana, ou seja, aquela que era pública ou doméstica. Condenada pela igreja, essa música falava da vida cotidiana, uma forma de entretenimento, levando-se em consideração todo o momento histórico da época - pestes, invasões e epidemias -. Porém, a grande preocupação da igreja era manter o povo sem desviar da fé cristã, para isso a música profana era condenada como ruim e perigosa à moral pública. No entanto, com  a queda dos carolíngios no século X, surge uma nova cultura, a música erudita começa a suceder às tradições musicais antigas.


           O século XIV é marcado por crises e mutações. Com a guerra dos Cem Anos (1337-1453), a França se vê enfraquecida e sua população sofre a perda de território, o que, por consequência, gera problemas demográficos, brigas de classes e disputa por comida.
Após a introdução da polifonia no século XIII, inicia-se uma nova etapa na história da música, no século XIV, o que a História chama de Ars Nova. Este termo surge com Philippe de Vitry que escreve um tratado no início de 1320. Desenvolvida na França, a Ars Nova aponta várias mudanças que marcam o fim da Idade Média, abrindo espaço à valorização do homem e da natureza, um prenúncio do Renascimento.
A Ars Nova traz mudanças quanto a notação musical, levando em consideração todo esse contexto vivido, a música vai passando por grandes transformações com a emancipação do ritmo; o desenvolvimento da notação musical possibilitou uma maior diversidade e complexidade rítmica.


                                          Exemplo de divisão rítmica.

            Toda esta mudança gerou um afastamento do sagrado, um questionamento quanto às concepções teológicas da igreja, possibilitando um fortalecimento dos reinos e o surgimento da sociedade burguesa. A música, assim como outras artes, já não estava mais a serviço da igreja, passando a ser patrocinada por grupos de classes prósperas da sociedade. Aproveitando-se desse contexto, compositores desta época buscavam o virtuosismo e novos efeitos rítmicos, como o staccato, isoritmia e a diminuição do valor das notas.


Guillaume de Machaut foi o principal compositor francês da Ars Nova. Nascido no norte do país e foi instruído na igreja vindo a se tornar sacerdote. Acompanhou o rei em diversas campanhas militares até a morte do mesmo, depois disso passou a servir a corte francesa. Suas obras têm uma grande riqueza rítmica que deixou influências para os compositores posteriores e além de ter obtido fama por suas composições musicais, Machaut ficou também conhecido por belos poemas.






Kyrie da missa de Notre Dame, Machaut.

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

A mudança do foco na Arte.

Com a burguesia surgem novos interesses em especial na pintura, temas individuais, a natureza e o dia a dia se transformam em temas de arte, o divino vai deixando de ser o único interesse da arte. 
Na arte assim como nessa sociedade a ideia de uma Deus independente e superior ao mundo, cede lugar à ideia de um poder divino que age nas criaturas.
Vemos a representação da natureza, o surgimento dos retratos, a busca pela representação minimalista da natureza e pela naturalização do divino, como vemos na imagem abaixo. 


A cena é a passagem bíblica da pesca milagrosa, porém, o artista usou o lago de Genebra, bem conhecido por eles para representar a cena, sua intenção era deixar tal representação do evangelho da maneira mais realista possível.


Idade Média.

Arte é uma palavra que vem do latim ars  que corresponde ao termo grego techne, que quer dizer técnica. Num sentido mais amplo podemos dizer que Arte é um conjunto de regras que serve para dirigir uma atividade humana qualquer.
Do século II d.C. até o século XV a concepção de arte estava dividida em:
- Artes Liberais: gramática, retórica, lógica, aritmética, geometria, astronomia e música. Essas são as artes próprias dos homens livres.

- Artes Mecânicas: que eram atividades próprias dos trabalhadores manuais, como por exemplo a medicina, arquitetura, agricultura, pintura, escultura, olaria, tecelagem entre outros.
Por isso nesse período não havia assinatura  nas obras,nem a liberdade para criar, eram trabalhadores manuais que tinham que realizar uma tarefa, eles não eram famosos, nem reconhecidos. 
Durante a idade média a pintura e a escultura tinha a função catequética, o objetivo era  passar uma mensagem, contar uma história, se o desenho não era rico em detalhes e as vezes dava a impressão de ser simples ou até mesmo disforme não significa que eles não possuiam a tecnica para fazer melhor, simplesmente o objetivo era outro, as pessoas precisavam apenas entender o que estava sendo representado.... 


O Milagre dos Pães e dos Peixes. Mosaico da Basílica de Santo Apolinário, o Novo, Ravena, cerca de 520 d.C. (Gombrich)

Durante toda a idade média a arte estava voltada para representação de Deus, construção de grandes basilicas, foi-se criando também uma padrão para representação dos signos religiosos, não era qualquer figura que poderia representar Jesus, seus discipulos ou sua mãe.
A vida em sociedade vai se transformando, e embora a Idade Média tenha ocupado um longo período da história, no século XIV  os burgueses e esses vão ficando cada vez mais independentes do poder da igreja e dos senhores feudais. Surge o estilo gótico, esse período esta voltado para o gosto refinado e para o grandioso, essas obras continuam seguindo a tematica religiosa.
Começa a mudar nesse período a concepção que tinha dos artistas, com o pintor italiano Giotto que modifica a concepção de pintura e influencia outros artistas com a descoberta da perspectiva na pintura. 



O Milagre dos Pães e dos Peixes. Mosaico da Basílica de Santo Apolinário, o Novo, Ravena, cerca de 520 d.C.

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

A arte de Jan Van Eyck - Século XV

Esta obra é o Casal Arnolfini, de Jan Van Eyck - 1434, século XV.
O casal era rico e dono de propriedades, este retrato foi uma encomenda. Percebe-se na obra a riqueza e o refinamento dos detalhes quanto ao poder e classe econômica deste casal. É notável a destreza do pintor ao destacar minuciosamente cada detalhe do quarto nesta tela, por exemplo o espelho, ao seu redor há citações da Paixão de Cristo.
Há uma assinatura do pintor ao fundo, o que pode indicar, segundo Gombrich, que o pintor tenha testemunhado um acontecimento solene.    

terça-feira, 27 de outubro de 2015

GRÉCIA ANTIGA


Os artistas gregos preocupavam-se com a manifestação da natureza em suas obras. Buscavam a perfeição, o equilíbrio, a harmonia e a beleza em todas as suas formas. Pinturas, esculturas e arquitetura; eram todas estas elaboradas para contemplar o homem. Esta imagem, refere-se a uma urna produzida pelos gregos entre 900 e 700 a.C. Preservada no museu do Louvre, em Paris.

História da Música - Aminação


Este pequeno vídeo ilustra a música por períodos significativos da nossa história.

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

EGITO ANTIGO

 Os povos antigos do Egito tinham uma maneira fascinante de registrar os acontecimentos. Neste período, ainda não havia a tridimensionalidade, nota-se nesta pintura - Fragmento do livro dos mortos de Tebas, Egito, 1000 a.C - que os pés e os ombros estão virados, como se as pessoas andassem desta forma. 

PRÉ HISTÓRIA

  A Arte na história existe a partir do momento em que o homem desenvolve uma maneira de registrar suas tarefas. Esta imagem é o Cavalo-Lascaux, França - 15000 - 13000 a.C. Quando o homem pintava nas paredes da caverna, sua intenção não era fazer o belo, não havia separação entre a realidade e a representação. Ele simplesmente registrava por antecipação o seu desejo.